A fome só prova que estamos vivendo no passado
participação semanal do presidente do PT São Carlos, Erick Silva, no jornal Primeira Página.
O primeiro efeito do retrocesso que estamos vivendo é a fome! Absurdo, mas parece que as “pessoas de bem” não se incomodam que milhões de brasileiras e brasileiros tenham que viver de campanhas e da solidariedade das outras pessoas, enquanto outros milhões sequer são alcançadas pela solidariedade.
Na verdade mais parece que essa caridade até agrada uma parcela da sociedade que se sente bem participando do sofrimento e humilhação de outra parte, é certo que se trata de doença social.
Só para lembrar, o Governo e o Congresso impediram que o enriquecimento do país fosse compartilhado com o povo (PEC DA MORTE), mudou a lei trabalhista de forma que o trabalhador “custe mais barato”, e mesmo assim o desemprego aumentou. E de quebra reformou a previdência determinando que os mais pobres terão que trabalhar por mais tempo e receberão menos! Bingo! Está dando tudo certo. A fome assola o Brasil novamente.
Muito mal, mas o que faremos?
Claro que a solução é trabalho e direitos para todas as pessoas do nosso país, mas não é esse o interesse nem do atual Governo, tampouco da parte majoritária do Congresso Nacional, mas vamos lá, todos que estão mandatários foram eleitos pelo voto popular. Então no ano que vem é bom pensar em que modelo de país queremos.
Enquanto isso temos que agir para minimizar o impacto do que está acontecendo na vida das pessoas de forma honesta. As instituições religiosas sempre cumprem bem esse papel, o amor e a caridade são princípios cristãos e como no Brasil estamos majoritariamente sob os ensinamentos de Cristo, é certo que as iniciativas são mais que legitimas e representativas.
No início do mês de agosto tivemos um debate por vídeo conferência com o Padre Robson Caromano e dirigentes sindicais de São Carlos. O padre apresentou as medidas de solidariedade que a comunidade constrói frente ao momento de fome e carestia que passa a população de São Carlos e do Brasil.
Os sindicalistas puderam expor como a parte da sociedade que ainda tem empregos e direitos, sendo minoria, pode contribuir com a maioria crescente de desalentados, desempregados e miseráveis.
Parece absurdo, mas trabalhadores com carteira assinada e direitos podem ajudar a diminuir o sofrimento de outra parte porque hoje podem ser entendidos como “privilegiados” por ter emprego! Também é interessante a igreja organizar esse amparo, até porque são capazes de fazer bem e de forma desprendida.
Mas e o poder público?
Rose Mendes também participou da conversa e pode mostrar como iniciativas do governo podem e devem minorar as consequências de políticas estaduais e federais que levam o povo a miséria. A ideia de um cartão alimentação municipal deve ser ampliada em seu valor e abrangência. Em texto seguinte, pretendo detalhar como é possível em nossa cidade realizar essa política publica tão necessária.